quinta-feira, 5 de março de 2009

Doze Anos

Doze, as badaladas
Que oiço palpitar no meu peito,
Cada compasso um beijo,
cada nota um sorriso...
 
Doze, as horas
Que aguardo o reencontro,
Que anseio pelo toque
Que se prolonga em abraço...
 
Doze, os meses
De fogo que irrompe das cinzas,
De entrega total
Ao nada que faz sentido...
 
Doze, os anos
Que a vida relembra
mas a alma celebra
E saboreia num suspiro...



terça-feira, 3 de março de 2009

Oculto



O sol ofuscante brilha no deserto. Os elementos sucedem-se em harmonia vibrante, qual tesouro expectante, ansiando por ser descoberto.

O vento sopra irrequieto, e na sua dança graciosa afasta a areia que camuflava os mistérios. Palavras esquecidas surgem, qual aparição de contornos, impressa na pedra imutável.

A água serpenteante que alimenta o oásis escolhe o seu próprio leito, e corre atraída pela assimetria voluntariosa, pelo passado sobre o qual havia sido colocado um denso véu.

Os felinos adormecidos despertaram da ilusão, e o leão faz estremecer o solo a cada passo. Todos anseiam deixar-se conduzir pelas ondas de energia hipnótica, mas o receio aniquila os passos vacilantes de quem teme errar.

Podem soprar vendavais, formarem-se tempestades, cobrir-se céu e terra de lamentos mudos, oceanos conquistarem a terra ou o fogo consumir as árvores…

Visíveis ou invisíveis, os ícones indeléveis acordarão a cada visão, fazendo despertar o fogo do dragão que cruza os céus buscando a liberdade…