sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Abraço gélido



O frio percorre os recantos esquecidos em busca de companhia, mas o espectro que surge no teu lugar não demonstra ter consciência da solidão que se propaga lentamente nas sombras do Inverno perene que me consome.

Os trinados melódicos das aves emudeceram sob o manto nevado do crepúsculo, as flores jazem desprovidas de cor e de alma em compartimentos poeirentos de abandono, as árvores despidas vislumbram-se nas áleas brancas a perder de vista, enquanto o tempo escoa lentamente através das nuvens que salpicam o firmamento outrora estrelado.


Tique-taque   Tique-taque   Tique-taque


O abraço gelado da tua ausência, envolve-me.


.

1 comentário:

Clara S. Weisz disse...

Uma prosa sombria e intensa, o obscuro melhor retratado!