quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Labirinto
As tuas portas
Entreabertas
De pensamentos
Obscuros
E sedentos...
Ouso penetrar
No teu labirinto
Sem hesitar,
Sentindo o passado
Eclodir
Em pecado...
Na escuridão
O despertar
Da prisão
Grita sem temer
A essência
Do meu ser...
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Promessas Vãs
Com palavras quentes
E cheias de significado...
Mas o nevoeiro surgiu
Dissimulado, arrebatando
A tua vontade.
Prometeste proteger-me
Da dor da saudade
E do esquecimento...
Mas a neblina adensou-se
Ocultando-me
da tua percepção.
Prometeste enxugar
As minhas lágrimas
Nos teus lábios...
Mas a água brotou das nuvens
E deixaste de ter sede
Do meu sal.
Prometeste aquecer
A minha alma com o teu
Hálito de Fogo...
Mas o vento gélido
Congelou o teu coração
Deixando-te sem fôlego.
Prometeste numa
Noite encantada
Jamais esquecer-me...
Mas o orvalho fez desaparecer
As palavras que
Gravaste na areia.
Das tuas promessas
Restou apenas o meu sangue
Pintado nas pedras solitárias
Que se erguem contra
O firmamento.
Prometeste, mas...
sábado, 8 de novembro de 2008
The Whisperer...
The silent warrior wakes in the night
The shadows fill his heart with strength
“Oh Darkness, my sweet lover! The end is near and I shall face it!”
The cruel spirit moves in deep obscurity,
The trees shake afraid of the cold they feel;
The moon has disappeared from the sky,
The stars fell when love died,
The clouds, afraid of freezing, vanished into air…
Oh! The spirit of the Wind!
The warior walks above the land
Pursuing anyone who has fear,
Fear of the Dark, fear of Death!
Death is Fear and Fear is Death,
And the pain is the Darkness in our minds;
The rain has fallen no more,
The tears have stopped their stream,
The lakes and seas are dry, dried with suffering…
Oh! The spirit of the Water!
Light runs from the warrior
For he is darker than Darkness itself.
He sees nothing, he feels nothing,
He feels nothing but thirst,
The thirst of a Dark Revenge;
The sun won’t come up tomorrow,
The fire won’t burn longer,
The shines of golden fields will no more be seen…
Oh! The spirit of the Fire!
The silent warrior stops
He feels something else,
Something he had never felt before
It’s a growing sensation that fills him,
And he feels afraid;
The trees shook with cold,
The stones broken in pieces,
The animals ran in fear…
Oh! The spirit of the Earth!
He sees a Light, a powerful Light,
It’s the purity of harmony he sees,
The shine of golden hair and pale skin damage his eyes
He’s blind for a second but he recovers
For She has touched him, and he died… Screaming Her name…
And the Moon filled the Sky,
And the Rain fell too,
For the Light has came back
And now the trees scream too…
“Oh! The spirit of the Dark!”
27, Outubro 2001
Por Misha )O( em Twilight Caress
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Ecos
Esta noite, majestade e servidão encontram-se lado a lado, percorrendo as alas em lenta procissão. A musicalidade dos cânticos ressoa ainda em cada pedra, em cada imagem, em cada pintura.... Como que um chamamento, a energia parte da Ara e propaga-se como se de uma invocação se tratasse. As velas cintilam lugubremente, conferindo uma aura mística às lajes em ruínas, onde repousam os meus restos mortais.
Hinos de outrora ressuscitados para os heróis e poetas de amanhã numa busca incessante de vida, renovam-me com laivos de saudade, da queda no ressurgir da obscuridade.... Da minha queda, do meu mergulho no mar desconhecido e revolto, que me transporta através das teias do tempo, como num filme mudo a preto e branco, sem início nem fim.
Passa diante dos meus olhos a eterna caminhada que a divindade profana percorre de olhos vendados.... Invoco o presente, o passado e o futuro nesta noite ambígua em que mortais e imortais olham o infinito como se fosse a última vez…
terça-feira, 4 de novembro de 2008
O Próximo Passo
Consegues ver?
O Templo esplendoroso que reluz nas sombras e nos atrai magicamente para a sua placidez, convida-nos à busca do momento certo para dar o próximo passo.
Sentes o bater das asas que te elevam, ultrapassando os abismos e obstáculos que ficam para trás? Sentes a cor e o aroma dos prados que sobrevoas?
No passado ficou o cinzento adormecido das cidades estáticas que se desfaz, sem vida, morto à nascença, sem alma, pois a futilidade iníqua sufocou a gene do conhecimento...
Dá-me a tua mão, façamos o caminho juntas, seguindo a luz que morreu e renascerá ao amanhecer, nesta vida, e em muitas outras que se seguirão. Seguindo a Luz, iluminaremos o mundo em redor, sendo a centelha divina que dá alento. Verde de esperança e Vermelho de vida.
domingo, 26 de outubro de 2008
Alma em Ascensão
A Cruz Templária ergue-se, qual estrela guia dos bravos monges guerreiros.
Ao deixarem Tomar, uma aura mística apossou-se dos fervorosos cavaleiros de olhar tranquilo. O suave murmúrio das litanias instiga à conquista, elevando-lhes a alma em ascensão ao Criador.
O derradeiro olhar à alvorada que se apaga no último suspiro....
Gritam de euforia as espadas ansiosas pelo troar dos canhões e pelo frémito do entrechocar de metal. Homem contra Homem, espada contra espada, machado contra escudo. Os ruídos crescentes da batalha que se aproxima ecoam pelas fileiras, fazendo tremer a terra manchada de vermelho que os acolherá no seu seio.
O calor das fogueiras flamejantes do acampamento na noite passada, envolveram as almas gélidas num calor sobrenatural. Os olhos marejados recordavam as famílias que não tornariam a ver, e juras de uma morte santa eram proclamadas entre companheiros receosos do sofrimento da agonia.
O sol vai agora alto no céu, e avistam-se ao longe os exércitos inimigos. Ele dá sinal para pararem. O vento fustiga-lhe suavemente o rosto, como que num beijo terno de despedida. O destino aguarda-os.
"À Carga!!!!"
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Curvas Coloridas
As cores nascem do teu movimento, contagiadas pelo nada efervescente que surge da fusão do arco-íris. Assim nasces tu, do nada que brota flamejante do meu coração palpitante e sedento de emoções.
Apagaste as rectas da minha existência e curvaste a minha essência num eterno descobrir, coloriste o passado espelhado nos meus olhos num renascimento tardio de certezas.
Conjugaste o múltiplo despertar no verbo eterno do sentir. Do meu sentir.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Estavas Enganada
"Vês? Eu bem te disse que estavas enganada!"
Bolas, nem a milhares de quilómetros de distância me deixa sossegada! Sacudo fortemente a cabeça para a desalojar do cantinho em que se instalou. Que vá destabilizar para outro lado. Nunca lhe pedi a opinião, mas arranja sempre maneira de se tentar fazer ouvir.
As janelas do quarto abrem-se de par em par, furiosas também com a intrusão, e uma rajada de vento provocada por um bando de corvos arrebata-a e leva-a num turbilhão para bem longe. Ahhhhhhhh..... Que sossego..... Sem pensamentos nem vozes nem consciências que me atormentem. Fundo-me com a minha almofada e brinco com as nuvens que passam ao meu lado.
Aqui o despertador não toca, os jornais não chegam e as televisões não noticiam desastres e assassinatos. Nem os telemóveis me apoquentam.
As janelas fecham-se devolvendo ao meu quarto um odor inebriante a incenso da lua. Afinal era ela quem estava enganada. O meu quarto é o meu santuário, aqui, só me importunam se eu deixar.
Prémio Dardos
Antes de mais, um beijinho grande à maravilhosa escritora Marcia Barbieri, que me deu a honra de me atribuir este selo.
1. Aceitar exibir a distinta imagem (que está ao lado direito desta tela).
2. Linkar o blog do qual recebeu o prêmio.
3. Escolher quinze 15 blogs para entregar o "Prêmio Dardos. "
Ele deve ser passado a 15 outros bloggers, e assim sendo, carinhosamente, e agradecendo a todos por partilharem connosco a sua alma e arte, ofereço o Prémio Dardos a:
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
sábado, 18 de outubro de 2008
Tejo Meu...
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Desilusão
Teresa era uma criança que tinha uma noção peculiar relativamente à passagem do tempo. Vivia no seu mundo próprio, que os crescidos apelidavam de "fantasia" e "imaginário", mas ela sabia-o bem real. Passava muito tempo a brincar sozinha, como filha única que era, e foi desenvolvendo uma faceta de exploradora. Numa dessas deambulações pela casa fez uma descoberta fantástica, um verdadeiro tesouro...
A sua preciosidade consistia num velho caderno forrado a veludo vermelho, cuja capa tinha sido bordada com ornamentadas letras douradas. Estava religiosamente guardado no fundo de um roupeiro bafiento com imensa roupa antiga. A curiosidade nata levou Teresa a folhear aquele estranho manuscrito. Intensos e delicados poemas de amor dançavam diante dos seus olhos, narrando uma história estrofe após estrofe.
A sua mãe ia ficar tão orgulhosa! Copiar palavras bonitas e complicadas com uma caligrafia perfeita.... Sim, porque aquele caderno devia ser muito importante para estar assim tão bem guardado...
Paciente e afincadamente, desenhava com cuidado cada letra, para ser um presente perfeito. Teresa sabia que a mãe não tinha muito tempo para brincar com ela, mas assim era a vida. Na sua sensatez de 7 anos de idade, compreendia muitas coisas, muitas além das que comentava. As gotas de suor corriam-lhe pela testa sem que se apercebesse.
Pronto!!! Teresa rodopiou feliz abraçada aos seus versos. Cuidadosamente dobrou a cópia, colocou-a num envelope, desenhou um grande coração e depositou-o em cima da almofada da mãe. Entretanto foi fazer os trabalhos de casa e arrumar o seu quarto, para não estar presente quando a mãe visse o envelope. Estava ansiosa por receber um beijo e abraço carinhosos, mas foi-se distraindo com os seus afazeres. Passado algum tempo, a porta do seu quarto abre-se com brusquidão.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Samhaim
De que adianta navegar oceanos ou cruzar céus em busca da felicidade, se não a reconhecemos quando ela está perante os nossos olhos, sentada ao nosso lado?
Sentada num banco de jardim, escrevo as palavras sussurradas pelo vento que agita os ramos das árvores e brinca com o meu cabelo, fazendo-o ondular rebelde e pleno de vida... As folhas caem tendo já vivido e desfrutado a sua estação. Rodopiam suavemente, flutuando até pousarem na terra fértil que se prepara para os rigores do Inverno.
O início do novo Ano aproxima-se, aquela altura mágica de fins e novas etapas. Não, não é uma brincadeira de crianças com abóboras iluminadas, nem um baile de máscaras assustadoras e personagens fantásticas; é a metáfora da nossa existência, a descida ao submundo no dia em que a linha que nos separa é mais ténue.
Tudo o que nos rodeia entoa hinos, e eu ergo a voz enquadrando-me na melodia sagrada da natureza...
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
There is no Hell
O preconceito limita-nos, retirai pois a venda dos olhos e logo surgem os lobos em pele de cordeiro....
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
O Meu Céu
Vagueiam por terras sem fim
Sede mergulhada na fonte
Salpicada de carmesim
Caminhada sinuosa
Através da luz apagada
Inspiro a noite em prosa
Soltando poesia iluminada
Pinto o meu céu
Da cor que envolve o ser
Dispo a tristeza no véu
Que instila a mente de prazer
terça-feira, 7 de outubro de 2008
A Kiss For You
Fundem-se num beijo
Olhos enfeitiçados
Arfam de desejo
Emerge a paixão
Iludindo a falsidade
Entra o ser em ebulição
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Sépia
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Estrada
Pressentem a tempestade crua e morna
Dispo-me com excepção do véu
Que cobre a minha voluptuosa forma
Brotam lágrimas dos rios que correm
Em busca da liberdade que se afasta
As gaivotas fingem que morrem
Em honra da alma pura e casta
Cavaleiros errantes da alvorada
No frémito da batalha pelejam
Reluz cintilante a heróica espada
Cujo fio sangrento de morte beijam
Caminhamos vogando em luta constante
Com antigos fantasmas esquecidos
Percorremos a estrada da vida necromante
A fim de realizar os sonhos perdidos
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Despertar
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Mãos Dadas
sob o sopro da arcaica litania
temores inconfessos se diluem
Nos acordes dissonantes da melodia
Fantasmas austeros sem esperança
Vislumbra-se nas chamas ardentes
Não se aperceberam da mudança
Que os torna da vida ausentes
Ecoam no castelo encantado
Os acordes mágicos do violino
Extasio-me no prazer inusitado
Libertando o meu ego felino
De mãos dadas ao destino
Caminho sob o céu estrelado
És o meu prazer divino
Que deixou de ser envenenado
domingo, 21 de setembro de 2008
Imortal
Límpidos como o reflexo do mar
Surgem na alvorada momentos rasgados
Que se libertam para não mais voltar
Palavras encadeadas pelo vento
Envolvem o coração em calor
Dores suspiradas ao longo do tempo
Navegam sem destino e sem temor
Soltam-se as vontades e as heresias
Baco e as Musas inspiram os poetas
Unem-se destinos e fantasias
Dando origem a portas entreabertas
A pureza ofusca o firmamento
Formando a aurora boreal
Procuramos em nós o momento
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Outono
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Histórias por Contar
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Estava à tua Espera...
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Querer
Olhos inocentes repletos de ternura
Acordam inconscientes, saem da escuridão,
Buscam a luz numa azáfama irreal
Na demanda cega pela paixão.
Saboreiam as cores da vida
Como se tudo fosse a primeira vez,
Mas o passado já os marcou
Nas recordações do que alguém já fez.
Olhos brilhantes, astutos,
Olhos perdidos em busca de amor,
Nas notas do violino esvoaçam
Livres das prisões e da dor...
Olhos com aroma a maresia
Mergulham os meus em prazer,
Elevam-me ao sabor da melodia
Sorriem ao futuro do querer!
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Manipulações
Correm as cortinas, ilumina-se o palco,
Os holofotes focam
As marionetas inconscientes...
Como peças de um tabuleiro de xadrez
Movem-se os peões no jogo da vida,
Sem se questionar sobre o porquê.
Não sabem quem são, para onde vão,
Nem sabem o que vão fazer,
Simplesmente seguem o guião
Que alguém ousou escrever.
São manipulados pelo desejo
Induzidos por doces palavras alheias,
Seguindo uma trama de perdição,
Ou talvez não...
Acordo do sonho e sinto
As luzes a acariciar-me.
Declamo o meu texto na perfeição
Sendo congratulada
Com uma ovação de palmas.
A comunhão dos espectadores
Na profusão de sentimentos
Contraditórios, envolve
O auditório como uma brilhante
Teia diáfana de esplendor...
Os cordéis são puxados em tropel
Segundo o que está no papel,
Assisto do Balcão à peça erudita...
Os fios das marionetas são manipulados
E a peça continua....
Aguardam-se as cenas
Do próximo capítulo...
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Spiral Dance
Percorrem a minha face
Enquanto o Outono desflora
A languidez da minha pele.
A lua brilha nos meus olhos
Inundando a minha alma,
Aprimorando cada sentido,
Cada sensação, cada êxtase...
O tapete de folhas rubras
Crepita sobre as minhas raízes,
Afasto-me em direcção ao nada
Que preenche os meus desejos.
Mergulho na profundidade da floresta...
Os salgueiros acolhem-me
Nos seus braços retorcidos
Embalando-me ao sabor
Da suave aragem que flutua
Nos recessos da minha mente,
Os meus ramos ondulam
Celebrando os Deuses Antigos,
Proclamam a sabedoria
Que os Homens tentaram desvanecer,
Os hinos ecoam nos meus ouvidos
Hoje, amanhã e sempre.
Eu sou a natureza perdida
O troar vibrante da tempestade,
O gelo que me aquece,
As trevas que sucedem
O crepúsculo num círculo vivo,
O divino multicolor espelhado
Na dança do renascimento,
A eterna espiral da vida...
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Abro Asas...
Manifestando o esplendor da criação,
Transcende a hipotética visão
Camuflada na verdade letal.
Imbuída na aparência real
Disfruto das ondas de emoção,
Abro asas para longe da solidão
Alcançando o espaço sideral.
Na eterna alvorada permaneço
Aguardando o momento final,
Fecho os olhos mas não esqueço,
Corro descalça no quente areal.
Imersa em esperança peço
Que a ilusão se torne real...
sábado, 6 de setembro de 2008
Futuro Incerto
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Sonhos Perdidos
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Victoria Frances
A arte fabulosa de Victoria Frances, ao som de Evanescence ~ My Immortal.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Lágrimas
Sonho Indifuso
Fujo para o meu mundo encantado,
Flutuo para longe
Envolta em águas agitadas,
Procurando um refúgio
Onde retemperar as forças.
O sonho indifuso continua...
A chama etérea
Brilha mas não me aquece,
Os sons mudos querem
Contar-me os seus segredos,
Mas os meus ouvidos surdos
Não os conseguem perceber.
Tanto está ao nosso alcance
Mas não olhamos para o lado,
Recusamo-nos a ver
As mensagens que nos enviam,
E quando já é tarde
Chora-se sobre o leite derramado.
Eu acenei e não me viste,
Fiz uma fogueira,
Gritei, chorei, desesperei...
Agora refugio-me no meu mundo,
Onde estás?
Não te oiço...
Não te sinto...
Há tanto tempo...
Alguém...
Pétalas de Rosa
Degustar cada lágrima de felicidade,
Viver de acordo com a vontade
Que nos ateia a alma, vivo rebento...
Ter cada pedaço de céu, pétalas de rosa,
Cada profundo suspiro, cada palpitação,
Sonhei com a terrena redenção
Ao alcance da humanidade reclusa...
Cada toque suave, cada alegre chilrear,
Cada regato cantando, cada paisagem,
Tudo me fazes viver e desejar...
Sem sair daqui inicio a deliciosa viagem
Que me preenche como nunca, sem hesitar
Mergulho no êxtase do teu olhar, profunda miragem...
11ABR00
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Bosque Secreto
Por entre as árvores me conduz,
De olhos fechados sou atraída pela luz
Que brilha era após era, sem ter fim.
À minha espera estão três felinos,
Gatos pretos resplandecendo magia,
Guiam-me pelas terras da fantasia
Levando-me aos templos divinos.
Em ti encontro a paz, meu bosque secreto,
Doce esconderijo do ingrato quotidiano...
Surgem lindas Bruxas em meu redor
Sorriem com um orgulho discreto,
Pela fé da Deusa trocaram o mundano.
Juntas partilhamos conhecimento e amor...
domingo, 24 de agosto de 2008
Gelo
O silêncio ecoa no espaço,
Fecho os olhos e procuro sonhar
Com quem não consegui encontrar,
Tenho saudades de um abraço.
As partículas palpitantes espalhadas
Que restam do meu coração,
Jazem algures pedindo atenção
Mas desconhecem a quem estão destinadas...
O sol esforça-se por aquecer
Quem treme de frio na escuridão,
É demasiado cedo para beber
Novamente o elixir da paixão...
Lentamente o gelo inicia a derreter
Permitindo-me alegria no meio da ilusão.
sábado, 23 de agosto de 2008
Luis Royo
Não são necessárias apresentações a este artista.
Luis Royo
com música dos Nightwish
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Awakening
Poet of Darkness,
Creature of the Moon,
I seek the fairy gloom
That leaves me breathless...
I look inside of me
And dive in despair,
The breeze caresses my hair
Bringing me the salty sea...
Breathe to me my Queen,
Bring me back to life,
I ended my disguise
And awoke from my Dream.
Rise and Shine in the sky
My Goddess of delight,
Today is the chosen night
For our past to die.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
A Escolhida
O cavaleiro galopa através da floresta. O luar e as estrelas iluminam o caminho, deixando ver imagens fugidias das criaturas fantásticas que se movimentam no seio da noite.
Tudo está expectante e aguarda a chegada do mensageiro da profecia. Para que a história volta a fazer sentido, e as lendas tenham o desfecho esperado..... Mas...... E se...... Talvez as Parcas tenham mudado de ideias.... E se a Escolhida não quiser abdicar da sua felicidade?
Não há decisão linear, e toda a acção tem várias consequências. Que mistério se encontra escondido no Sagrado Pergaminho lacrado?
O cavalo refolga devido à cavalgada desembestada. Os mochos e as corujas esvoaçam à sua volta, acompanhando a viagem excitados. O Povo Pequeno iniciou também a sua peregrinação em direcção ao Círculo de Pedras. As luzes das suas lanternas brilham na escuridão como fogo fátuo.
O futuro é uma interrogação incerta. A Escolhida não tem conhecimento dos planos dos Antigos, mas sabe que tem de encontrar a felicidade. O caminho é tortuoso, obscuro, e com muitos entraves, mas as dificuldades que se lhe deparam apenas lhe dão mais força para seguir em frente.
A lanterna que assinala a clareira reluz ao longe, a Escolhida aguarda a chegada do Mensageiro do pergaminho Sagrado. As escolhas indifusas enleam-se com o destino, mas a Deusa guia sempre os nossos passos....
Yin e Yang
A maresia procura-me...
O ar salgado das minhas lágrimas
Envoltas pelas tuas ondas
percorrem o infinito,
Tentando em vão encontrar
Uma emoção que as deixe
Escorrer no seu rosto...
O gelo à minha volta adensa-se.
Não sinto nada.
Os olhos vidrados fixam o horizonte
Para o qual um dia
Olhei com esperança e excitação,
Para o Sol que me acariciava a pele
E cujo calor me preenchia,
Para as nuvens que a minha
Fantasia transformava em
Mil histórias fantásticas e
Poemas de um Amor correspondido.
Hoje olho para a Lua que
me ilumina as noites, e cuja
Magia sinto pulsar nas minhas veias.
Transformei-me...
Tenho saudades de mim...
Fecho os olhos e estendo-me na relva,
Procurando fundir-me com a natureza
para me sentir viva e tentar que
O vazio não me preencha completamente.
Fecho os olhos e desejo
Que o Sol e a Lua brilhem
novamente no meu mundo encantado,
E ofusquem a bruma que me envolve.
Yin e Yang.
Procuro o meu equilíbrio
Para conseguir voltar à vida.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Na Sombra
Vagueando solitária pelo vasto
Areal, contemplando a imensidão
Vibrante do oceano...
Momentos de solidão apoderam-se
Inconscientemente do meu cosmos,
Luzes brilham ao longe, faróis que
Anseio poder seguir rumo à liberdade.
Porto de abrigo de ilusões
Edificado em dunas de areia,
Basta de me fazeres deambular sem rumo!
Esta é a noite em que desesperadamente
Viajo para longe, sem destino,
Olho a lua brilhante no céu
Ávida de vida, sedenta de amor...
Magoada, vazia, confundo-me com a escuridão
Fingindo não sofrer.
Sentimentos de angústia explodem e
Iluminam a sombra em que jaz
Distante o meu coração.
Oxalá abra os olhos e desperte do pesadelo...
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Fantasia
segunda-feira, 28 de julho de 2008
III - Mensageira de Incertezas
As estradas têm sido muito mal frequentadas nestes últimos tempos. Os mercenários e os ladrões abundam pelas tabernas e bordéis, sempre dispostos a oferecer os seus serviços aos homens sem escrúpulos e de carácter dúbio, que não têm pudor algum de abdicar de umas centenas de moedas de ouro para ganharem posse de algo, ou fazer evaporar uma personagem que se torne inconveniente aos seus objectivos.
Embora o Túath de Bhile seja considerado minimamente bem protegido, não seria possível de momento garantir a completa segurança da população, dos bens, das casas e dos animais. Blackborough estava a atravessar uma fase problemática com a morte do Lorde do Túath. Lorde Pádraig "O Juíz" como era conhecido, proporcionava a estabilidade e a segurança de que o seu povo necessitava.
Neste momento, com o filho varão ausente por tempo indeterminado numa demanda desconhecida para a maioria da população, a fantasia do povo levava a melhor, e contos cheios de personagens fantásticas e objectos mágicos faziam o deleite dos contadores de histórias. Oh, como as famílias aguardavam o final da jornada de trabalho, para se sentarem junto à lareira a seguir à ceia, e ouvir as fábulas e as histórias fantásticas das personagens de outros tempos.... Ou talvez não....
Talvez a misteriosa demanda de Ionatán, e a beleza estonteante da indomável e efusiva Abaigeal façam sonhar os aldeões... Todos desejavam estar longe das preocupações do dia a dia, numa busca impossível de ser realizada, a combater dragões e feiticeiros amaldiçoados, enquanto a sua irmã de personalidade felina e cabelos de rubi assumia o controle do reino e lutava para manter afastados os caçadores de fortuna....
Abaigeal solicitou a Miriam a sua companhia durante umas semanas, pois aquele castelo sem outra presença feminina durante tanto tempo seria insuportável. Era necessário coordenar a construção de um novo edifício, contratar construtores, negociar pagamentos, enfim.... Uma quantidade infindável de tarefas que nunca conseguiria levar a cabo, se não tivesse ao seu lado a sua grande amiga de tempos imemoriais. No entanto, e apesar de todo o empenho, a competência e o vigor com que Abaigeal se dedicava à gerência dos assuntos do reino, a população sentia a falta de uma presença masculina. E isso era preocupante...
terça-feira, 22 de julho de 2008
II - O reencontro
Vários minutos decorrem até que Daigh se levanta, dirigindo-se lentamente para a porta do Salão, como se uma ligação invisível o guiasse. Quando está prestes a chegar, as portas rústicas em madeira maciça abrem-se de par em par, e uma misteriosa dama envolta numa capa de viagem molhada, faz a sua entrada.
No instante em que Miriam coloca os pés na sala, todo o ruído cessa subitamente. Os olhares estão postos naquela esbelta figura que surgiu do meio da tempestade. Ela baixa o capuz da capa, deixando admirar o seu fogoso cabelo encaracolado e os seus lábios carmim esboçam um sorriso enigmático na direcção de Daigh, que entretanto a alcançou.
-Estava preocupado com a vossa segurança. Nestes dias conturbados as estradas de Bhile deixaram de ser seguras. A vossa viagem correu sem sobressaltos?
- Sim querido Daigh, a viagem foi calma. Já estou a cavalgar há sete horas, apanhei a tempestade no seu auge nas imediações de Moonglass. As veredas estavam quase intransponíveis. Estou exausta meu tesouro.... O que me assegurou o retorno a salvo da intempérie, foram os excelentes corcéis com que me haveis presenteado...
Daigh segurou carinhosamente as mãos de Miriam, e levou-as aos lábios com ternura. O sorriso de Miriam resplandesceu, e os seus olhos de jade reluziram de paixão. Dir-se-ia que o resto do mundo se tinha pura e simplesmente evaporado, e existiam apenas os dois à face da terra, naquele lugar e naquele momento. Ficaram em silêncio vendo-se um ao outro no espelho das lágrimas de felicidade pelo desejado reencontro.
A família começou a aproximar-se para cumprimentar a recém-chegada, pois todos estavam ansiosos por saber novas de Blackborough.
Miriam e Daigh encolheram os ombros, entreolham-se e sorriem suspirando. A noite será ainda longa, e terão de aguardar umas horas até poderem finalmente cair nos braços um do outro.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
I - O inicio de um conto de outras epocas
O ambiente no Salão Nobre estava quente, devido à lareira acesa, e as conversas estavam animadas pois o mead corria abundantemente das torneiras do tonel, para as canecas sôfregas e vazias... Reinava a boa disposição naquele ambiente informal, e apurando a audição, ouvia-se a harpa a ser habilmente dedilhada por Flann, o Bardo. Aquele músico era realmente excepcional. Dir-se-ia que falava com a nossa alma através da sua harpa, e emocionava a plateia até a levar ao êxtase, tal era o empenho com que tocava. Viamo-lo enlevar-se e deixar-se absorver com paixão na sua música, e com ele, viajávamos para onde o nosso coração desejava ir...
O crepitar da madeira em combustão era apenas apreciado por um belo jovem de seu nome Daigh, que contrariamente à multidão em geral, estava sentado em frente à lareira, absorto a ver os toros de madeira a serem consumidos pelo fogo. À primeira vista poder-se ia dizer que dormitava, mas após um segundo olhar notam-se-lhe os olhos semicerrados.
De compleição serena, este jovem tem uma presença muito forte, e apesar da tenra idade sente-se o poder de comando que dele irradia sem que se aperceba. Se algum dia chegar a ser um Líder, terá certamente o apoio incondicional de todos os que o acompanhem, e será lealmente seguido até ao extremo.
O cabelo castanho ligeiramente ondulado emoldura-lhe o rosto de traços másculos e perfeitos. Tem os olhos de sua mãe Lady Isleen, e não há vez que não se olhe ao espelho, que não veja o rosto da sua mãe a reflectir-se neles... As dificuldades pelas quais passou amadureceram-no demasiado cedo, mas transformaram-no num jovem com carácter, amigo do seu amigo, com um sentido de honra acima do comum, e no entanto doce e atento a tudo quanto o rodeia.
A alegria contagiante em redor de Daigh continua, e ao canto do Salão os efeitos do mead abundante começam a fazer-se notar, pois um jovem casal alegre sobe para cima da mesa de madeira e começa a dançar, sob os vivas de incentivo da plateia. Daigh suspende por momentos a respiração. Um ligeiro sorriso perpassa-lhe os lábios finos, e discretamente faz sinal a um criado para que se aproxime. Um breve conjunto de ordens rápidas são proferidas em voz baixa ao servo, e Daigh volta novamente à contemplação do fogo cujo clarão lhe ilumina a face esbelta.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Luz
Vinda do nada, surge a luz
Inebriante que me preenche os
Sentidos e me faz pulsar de vida!
Escuto os murmúrios inaudíveis,
Apago as centelhas de calor humano,
Despejo a minha alma e desesperadamente
Procuro começar de novo.
A paz que busco incessantemente
Relampeja ao longe, audaz,
Atenta às minhas quedas e recomeços...
Tudo à minha volta me incita em buscar
Sonhos perdidos que me tragam liberdade...
quinta-feira, 17 de julho de 2008
All I Need
All I Need
I'm dying to catch my breath
Oh why don't I ever learn?
I've lost all my trust,
though I've surely tried to turn it around
Can you still see the heart of me?
All my agony fades away
when you hold me in your embrace
Don't tear me down for all I need
Make my heart a better place
Give me something I can believe
Don't tear me down
You've opened the door now, don't let it close
I'm here on the edge again
I wish I could let it go
I know that I'm only one step away
from turning it around
Can you still see the heart of me?
All my agony fades away
when you hold me in your embrace
Don't tear me down for all I need
Make my heart a better place
Give me something I can believe
Don't tear it down, what's left of me
Make my heart a better place
I tried many times but nothing was real
Make it fade away, don't break me down
I want to believe that this is for real
Save me from my fear
Don't tear me down
Don't tear me down for all I need
Make my heart a better place
Don't tear me down for all I need
Make my heart a better place
Give me something I can believe
Don't tear it down, what's left of me
Make my heart a better place
Make my heart a better place
Sinto falta...
As feridas parecem não querer fechar
E o coração quebra-se em mil pedaços...
Sinto falta dos teus ternos abraços
Que me acolhem como se o mundo fosse acabar...
As cicatrizes que a tua indiferença causou...
O vazio tomou conta do meu ser
E eu procuro algo para o preencher,
Mas mergulho apenas na solidão que restou.
De olhos melancólicos e vidrados permaneço,
Um mar de lágrimas teima em querer explodir,
O coração bate mais rápido, parece querer fugir,
Eu olho para o presente e esmoreço...
Tento reanimar o meu eu despido,
Quero desaparecer e ao passado voltar,
Para tu me voltares a descobrir e amar....
Eu necessito que a minha vida volte a fazer sentido!!!
domingo, 13 de julho de 2008
Incógnita
Uma suave melodia ecoa pelo castelo. O dedilhar rítmico aumenta numa intensidade crescente, e as notas parecem ganhar vida própria. Esta música coloca todos os meus sentidos em alerta, e eu extasio-me com a mensagem e beleza que aquela melodia me transmite, e com as recordações adormecidas que surgem na minha mente.
Nunca hei-de esquecer o preciso segundo em que te vi pela primeira vez... O teu doce olhar fixou-se no meu, e cativou de imediato a minha ternura. O tempo parou naquele instante, e aquele momento gravou-se de forma indelével no meu coração. A partir daí, passámos a fazer parte um do outro. Não sei por quanto tempo nos olhámos, mas tive a sensação que tinhas visto nos meus olhos, todos os segredos da minha alma, de tal forma me senti deslizar e enlear-me no teu ser.
O tempo retomou o seu ritmo vagaroso, e presentemente és apenas uma terna recordação. Quis porventura o destino unir-nos com um propósito que me é desconhecido. Talvez tenhamos que ensinarmos ambos, algo um ao outro. São demasiadas as questões que preenchem o meu intelecto, e sinto-me a viajar em direcção ao passado, à medida que oiço aquela melodia.
Descargas de energia percorrem todo o meu corpo, e recordo-me de como me fazias sentir... Oh Deusa, que saudades de me sentir viva novamente! Porventura alguma vez negar-me-ia a ser preenchida pelo Amor, se soubesse que esse amor me iria causar sofrimento? Jamais!
Começo a dançar ao sabor da música.... Deixo-me embalar.... Assim me deixo levar pela vida..... O passado é uma terna recordação, que guardo com carinho no meu coração. Mas o futuro, esse, é uma incógnita....
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Passeios na Floresta
As folhas das árvores sussurram suavemente os teus desejos. A doce aragem rodeia-me, transmitindo-me os teus pensamentos.
À medida que caminho pela clareira de olhos fechados, oiço o crepitar das folhas debaixo dos meus pés, e o alegre chilrear dos pássaros que esvoaçam à minha volta.
Apuro os sentidos e concentro-me: oiço ao longe um regato irrequieto que canta as maravilhas da natureza compondo uma sinfonia magistral.
Ahhhhhh...... A beleza do momento..... A perfeição do ocaso que ilumina este ameno anoitecer de Outono... O contemplar os infinitos detalhes de tudo o que me rodeia, e o capturar a verdadeira essência... As sensações atingem-me como bátegas de chuva incessante, e rodopio num furacão de percepções...
Entrego-me... Deleito-me com este "agora" e bebo avidamente da vida que me é oferecida. O calor e aconchego que as folhas tingidas de vermelho me proporcionam, transportam-me para as chamas da lareira do castelo, que crepitam furiosamente à espera de percorrer o firmamento para que duas metades da mesma alma se encontrem.
Os passeios na floresta apaziguam o fogo que arde impiedosamente no meu peito. As lágrimas de sangue que brotam dos meus olhos evaporam-se, à espera de te encontrar. Não sei quem és, mas aguardo o nosso reencontro...
terça-feira, 8 de julho de 2008
Reflexo
Vejo-me ao espelho, não reconheço quem sou... Não reconheço os olhos que me olham do outro lado... Onde está o brilho no meu olhar? Onde está o fogo que transbordava? A alegria que eu emanava? A alquimia que transmutava?
Vejo-me ao espelho, e deparo-me com tristeza, com uma inquieta certeza, com uma crónica melancolia... Vejo a resignação com que vivo dia após dia, e o meu coração exige e afasta a solidão! Tenta em vão encontrar o calor, mas depara-se apenas com a escuridão...
Vejo-me ao espelho, e vejo-me realmente como estou, sem véus, sem ilusões, sem mentiras.... Vejo-me nua e crua, com todos os meus defeitos e todas as minhas virtudes. Analiso-me à lupa do microscópio, e mesmo que me disseque e retire as várias camadas que fui criando para me esconder, continuo a conseguir ter um difuso vislumbre do brilho de outrora, que permanece adormecido. Não, não está perdido o resplendor de outrora, apenas jaz a meus pés, inconsciente, letárgico, à espera de um toque de magia que me ressuscite de novo para a vida.
Vejo-me ao espelho, semicerro os olhos e vagueio inconscientemente pela minha mente. Desta vez consigo vislumbrar uma centelha de brilho, que tremeluz debilmente e teima em não se apagar. Mantêm-se como uma brasa, à espera que o ar faça entrar em combustão, o fogo que jaz adormecido na braseira.
Vejo-me ao espelho, e sorrio... Fecho os olhos e sinto um toque leve, fresco, a acariciar-me a pele. Saboreio a paz que começa a aquecer o meu ser... Lentamente a minha visão percepciona uma outra luz débil ao meu lado, adormecida, pulsando a vida latente. Olho à minha volta, e constato que não estou sozinha na escuridão. Uma centelha ilumina a outra, e juntas caminham lado a lado na escuridão, em direcção à luz.