domingo, 13 de julho de 2008

Incógnita


Uma suave melodia ecoa pelo castelo. O dedilhar rítmico aumenta numa intensidade crescente, e as notas parecem ganhar vida própria. Esta música coloca todos os meus sentidos em alerta, e eu extasio-me com a mensagem e beleza que aquela melodia me transmite, e com as recordações adormecidas que surgem na minha mente.

Nunca hei-de esquecer o preciso segundo em que te vi pela primeira vez... O teu doce olhar fixou-se no meu, e cativou de imediato a minha ternura. O tempo parou naquele instante, e aquele momento gravou-se de forma indelével no meu coração. A partir daí, passámos a fazer parte um do outro. Não sei por quanto tempo nos olhámos, mas tive a sensação que tinhas visto nos meus olhos, todos os segredos da minha alma, de tal forma me senti deslizar e enlear-me no teu ser.

O tempo retomou o seu ritmo vagaroso, e presentemente és apenas uma terna recordação. Quis porventura o destino unir-nos com um propósito que me é desconhecido. Talvez tenhamos que ensinarmos ambos, algo um ao outro. São demasiadas as questões que preenchem o meu intelecto, e sinto-me a viajar em direcção ao passado, à medida que oiço aquela melodia.

Descargas de energia percorrem todo o meu corpo, e recordo-me de como me fazias sentir... Oh Deusa, que saudades de me sentir viva novamente! Porventura alguma vez negar-me-ia a ser preenchida pelo Amor, se soubesse que esse amor me iria causar sofrimento? Jamais!

Começo a dançar ao sabor da música.... Deixo-me embalar.... Assim me deixo levar pela vida..... O passado é uma terna recordação, que guardo com carinho no meu coração. Mas o futuro, esse, é uma incógnita....

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