Vários minutos decorrem até que Daigh se levanta, dirigindo-se lentamente para a porta do Salão, como se uma ligação invisível o guiasse. Quando está prestes a chegar, as portas rústicas em madeira maciça abrem-se de par em par, e uma misteriosa dama envolta numa capa de viagem molhada, faz a sua entrada.
No instante em que Miriam coloca os pés na sala, todo o ruído cessa subitamente. Os olhares estão postos naquela esbelta figura que surgiu do meio da tempestade. Ela baixa o capuz da capa, deixando admirar o seu fogoso cabelo encaracolado e os seus lábios carmim esboçam um sorriso enigmático na direcção de Daigh, que entretanto a alcançou.
-Estava preocupado com a vossa segurança. Nestes dias conturbados as estradas de Bhile deixaram de ser seguras. A vossa viagem correu sem sobressaltos?
- Sim querido Daigh, a viagem foi calma. Já estou a cavalgar há sete horas, apanhei a tempestade no seu auge nas imediações de Moonglass. As veredas estavam quase intransponíveis. Estou exausta meu tesouro.... O que me assegurou o retorno a salvo da intempérie, foram os excelentes corcéis com que me haveis presenteado...
Daigh segurou carinhosamente as mãos de Miriam, e levou-as aos lábios com ternura. O sorriso de Miriam resplandesceu, e os seus olhos de jade reluziram de paixão. Dir-se-ia que o resto do mundo se tinha pura e simplesmente evaporado, e existiam apenas os dois à face da terra, naquele lugar e naquele momento. Ficaram em silêncio vendo-se um ao outro no espelho das lágrimas de felicidade pelo desejado reencontro.
A família começou a aproximar-se para cumprimentar a recém-chegada, pois todos estavam ansiosos por saber novas de Blackborough.
Miriam e Daigh encolheram os ombros, entreolham-se e sorriem suspirando. A noite será ainda longa, e terão de aguardar umas horas até poderem finalmente cair nos braços um do outro.
terça-feira, 22 de julho de 2008
II - O reencontro
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