terça-feira, 8 de julho de 2008
Substituições
Ele deambulava pela cidade
quando o informaram que
Era o fim do mundo.
Olhou pensativamente para o céu
Procurando desvendar todos os mistérios,
reflectiu e decidiu isolar-se.
Quis despedir-se de todos os recantos
Com que se tinha familiarizado
nos últimos milénios.
Caminhou lentamente,
pensando que,
Aquela, seria a sua última
caminhada naquele lugar.
O céu violáceo despertou-lhe
lembranças ambíguas
De anteriores passados dos quais
Nem ele próprio queria ter consciência.
Pena que ninguém
lhe retiraria o dom atribuído.
Era pois naquele dia o fim do mundo.
Mais um.
Sentou-se à beira mar,
a brisa marítima
fustigava-lhe o rosto cansado
de esperar o dia
Em que teria termo
a sua longa eternidade.
Era tão aborrecido
escutar todos os pedidos humanos,
bem como ter tanto poder
e não poder usufruir
Do mundo que ele próprio tinha criado !
Que o substituíssem, pois o cargo entediava-o.
Fim do mundo !
Quantos mundos não tinha ele já feito
Para acabarem destruídos pelos
Homens, seus habitantes ?
Lá teria o encargo de refazer tudo,
já que os homens
Em criações anteriores,
tinham tido a pouca inteligência
De destruir o pouco que lhes tinha sido dado...
1994Jan04
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário