terça-feira, 8 de julho de 2008

O Tempo não Volta Atrás


Vagueando pela estrada na noite escura,
começo a inquirir-me onde pernoitar.
Frio cortante como espada,
alma cheia de amargura,
sem ter para onde ir limito-me a vaguear.
E o que faço eu senão vaguear ?
Encontro finalmente uma pousada:
tábua de salvação,
decido descansar
para de manhã prosseguir
Trabalha a minha mente
sem nada entender,
sinto o fim chegar,
sinto o tempo fluir,
E esse não volta atrás.
Fim de percurso.
Quem entrar não vai sair.
Introduzi-me no bar das almas,
morri e não percebi.
O tempo não regride
e eu não voltarei a viver.
Não passo da monotonia do dia-a-dia.
Vultos passeiam as suas correntes,
encho-me de profunda amargura,
Sepulto o que não fiz,
o que não vivi,
pois o tempo não volta atrás...

1993Fev07

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