sábado, 12 de janeiro de 2013

Floresta



O céu cinzento, entristecido, incompleto, irradia uma luminosidade melancólica que se entranha.

Avanço através da floresta por um caminho sinuoso, pejado de árvores frondosas cuja sombra me abraça num prazer aconchegante. As salamandras acompanham-me na vigília através de pequenos sinais, indicando passagens secretas que desembocam em clareiras mágicas, momentos nos quais a plenitude invade a alma e a sintonia nos entrelaça.

O olhar mantem-se perdido no tempo, recordando palavras, ateando fogueiras, vogando pelos mistérios da floresta. As sensações ascendem, transcendendo o mundano, abandonando a realidade para mergulhar num frémito que se apodera, no infinito ao alcance do toque, no desejo que se manifesta.

A paisagem serena da clareira contrasta com a convulsão de emoções que nascem do encontro inesperado do destino. Repouso num leito verde de vida e o cabelo rubro cintila, criando notas iridiscentes no crepúsculo.

A floresta é agora o meu refúgio, nela me completo, nela me perco e encontro, nela me aprisiono à liberdade, sem receios.

3 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Com que então a caminhar sozinha no meio da floresta...
A trocar sinais com as salamandras...
E a atear fogueiras (incendiária...).
Mais a sério... adorei o teu texto, é excelente. Talento não te falta.
Um beijo, querida amiga.

CÉU ROSÁRIO disse...

Lindo este blog, gostei e voltarei.
Feliz 2013 para si e familia.
Beijos

CÉU ROSÁRIO disse...

Lindo este blog, gostei e voltarei.
Feliz 2013 para si e familia.
Beijos