sábado, 5 de janeiro de 2013

Tempo que se arrasta



Os segundos arrastam-se penosa e lentamente, como que indecisos, incertos do futuro, da decisão a tomar, do caminho a seguir...

 Podem avançar velozmente rumo ao próximo encontro, para a luz, qual raio de sol que aquece, faz vibrar os sentidos e anima o ser.... A cada dia que avança, o minuto do reencontro é aguardado com ânsia redobrada, a mente deambula, mas o coração pula até à estratosfera, como que admoestando , lembrando que há algo, alguém, cuja ausência se tornou dolorosa. Como que um vazio que sufoca, oprime e obriga pensamentos e emoções a convergir apenas numa direcção...

Porém, é doce o saborear a mais pequena lembrança dos sentimentos espelhados no olhar, transmitidos em contactos subtis de pele ardente e alma exaltada, num toque que se quer prolongar para além do tempo, que se impregna no âmago do ser... Os corpos aproximam-se instintivamente, sem que tomem verdadeira consciência do magnetismo que os atrai... Puros os instintos, complicada a mente.....

Os segundos arrastam-se, os relógios conspiram, a noite prolonga-se indefinidamente... Tento adormecer para que o tempo voe, mas o luar não te substitui...



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1 comentário:

Nilson Barcelli disse...

A ausência faz arrastar os segundos... A mente estraga a beleza do instinto...
Gostei muito do teu texto. É uma pequena obra de arte, na maneira de dizeres as coisas e nas imagens que usas. Uma excelente narrativa, portanto.
Um beijo, querida amiga BT.