O sol ofuscante brilha no deserto. Os elementos sucedem-se em harmonia vibrante, qual tesouro expectante, ansiando por ser descoberto.
O vento sopra irrequieto, e na sua dança graciosa afasta a areia que camuflava os mistérios. Palavras esquecidas surgem, qual aparição de contornos, impressa na pedra imutável.
A água serpenteante que alimenta o oásis escolhe o seu próprio leito, e corre atraída pela assimetria voluntariosa, pelo passado sobre o qual havia sido colocado um denso véu.
Os felinos adormecidos despertaram da ilusão, e o leão faz estremecer o solo a cada passo. Todos anseiam deixar-se conduzir pelas ondas de energia hipnótica, mas o receio aniquila os passos vacilantes de quem teme errar.
Podem soprar vendavais, formarem-se tempestades, cobrir-se céu e terra de lamentos mudos, oceanos conquistarem a terra ou o fogo consumir as árvores…
Visíveis ou invisíveis, os ícones indeléveis acordarão a cada visão, fazendo despertar o fogo do dragão que cruza os céus buscando a liberdade…