sexta-feira, 22 de julho de 2011

Tímido Hesitar



O amor que expiro
Em cada sentido suspiro
Beija as pálpebras fechadas
Na paixão embaladas,
Num lânguido repousar.

Abraço num tímido hesitar
De abandono ao renascer
Que dá alento ao viver,
Desejando que a fantasia
Se perpetue em carícia...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Fragmento



É meu
O céu estrelado revelado
Naquele arrepio frio
Que avassala e cala
A metáfora de outrora...

Onde
Um reflexo perplexo
Surge perdido, despido
Em fragmento de sentimento
Sonhado, inacabado...

Nele
Encontras o desejar no olhar
Que abraça e alcança
A alma pura na ternura
Do beijo de entrega eterna...


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Imortal



O fogo alastra
Na fúria que queima
Por dentro
Entranha-se imortal
Na avidez
Do querer

As ondas do mar
Não acalmam
O incêndio
Que alastra
Confundindo
Os sentidos

Inocente e frágil
Sorri melancólico
O coração 
Deslumbrado
Pelo seu reflexo
Etéreo

As faúlhas cantam
E dançam
Num ritmo vetusto
E ousado
Envolvendo
Estrelas e mar

Sem saber como
O corpo responde
Ao chamamento
Numa ânsia
Do calor
Prometido

Deleito-me com
A música que 
Acaricia
Mergulho no abismo
Esquecendo
O mundo em redor

Qual o destino dos
Que despertaram
Na magia do viver?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Scars



Open your eyes and
See me with your heart,
See beyond the scars
That torn me apart.

See beyond the reflections
Broken in a thousand shards,
See my wanderer soul
Waiting for you in the dark…

Open your eyes and
Dream of my true self,
When life becomes the goal
Love unleashes itself.

Dream of what we are
And of what we might become
Dream of the forgotten past
Weaving to be undone…

Break the chains
And set yourself free,
In the heart there’s more
Than you’ll ever see.

domingo, 5 de junho de 2011

Estação sem Nome


Rosas escarlate
De pétalas aveludadas
E contornos suaves,
Exprimem mais
Do que palavras,
Traduzem mais
Do que emoções.
A seiva que te corre 
Nas veias sacia-me
A sede de ternura,
Na luz que desponta
Do teu verde olhar.
Afaga-me as madeixas
Rubras que cintilam,
Ondulando suavemente
Ao sabor da aragem...
Encanta-me com o teu
Sorriso de rosas e 
Sussurros doces
Que se enlaçam
Num fogo infinito.
O sol abraça-me neste
Entardecer dourado,
A quietude embala a espera
Enquanto a vida
Se prolonga numa
Estação sem nome.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Magnetismo



Enigma expresso no olhar,
Invade o peito a incerteza,
É tentadora a natureza
Que induz os sentidos a amar.

Os passos vacilam ao avançar,
Clama por mim uma doce tristeza,
Teus olhos são uma vela acesa
Sussurrando o meu nome sem cessar.

Indistinto da loucura, o que a ausência
Da tua companhia faz ao meu ser,
Confundindo o sentir e o querer.

O magnetismo ignora a advertência,
Do perigo que se esconde no prazer...
Não é a emoção, a razão de viver?

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Suspiro



O violino chora a cadência que me embala esta noite...
Ao longe, oiço o som de passos indistintos, escondidos na bruma, que vagueiam em redor sem no entanto se aproximarem...

O sino toca e as badaladas ecoam na noite. A Lua ilumina palidamente as árvores, escondendo-se nas nuvens plúmbeas a cada suspiro meu.

O violino hipnotiza, canta e encanta, geme e estremece, emocionando a aragem que vagueia na noite estrelada, propagando a sua melopeia através do tempo...

Danço ao som da cadência que me embala, de mãos dadas aos sonhos que me preenchem a solidão.

Através da janela entreaberta, o luar acaricia-me a pele, timidamente, os meus olhos reflectem um sorriso imaginário e longínquo enquanto os lábios te chamam a meia voz... Para que me embales esta noite...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Madrugada



Fecha os olhos,
Inspira a madrugada
Que nos chama,
Dá-me a tua mão.

Viaja nos sonhos,
Percorre os segredos
Que acariciam o desejo.

Cativa-o, e libertarás o êxtase.


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domingo, 22 de maio de 2011

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Deixa que a Chuva te Lave a Alma

Deixa que as lágrimas
Te apurem os sentidos
Guiando os teus passos
Por trilhos perdidos…

Deixa que o luar
Afaste a escuridão
Que te afague a face
Tremente de emoção…

Deixa que a floresta
Te sare as feridas
Mitigando a saudade
Das noites perdidas…

Deixa que a chuva
Te lave a alma inquieta
Dissipando a solidão
Na nudez desperta…

sexta-feira, 8 de abril de 2011

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Vertigem





O que faço eu com esta vertigem 
Sem nome? 
Com esta saudade emergente 
Do nada? 
Com esta incerteza em busca 
De significado? 
Com as palavras que se escondem 
No silêncio?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Tango



De olhos fechados, deixo-me conduzir ao som da música inebriante da vida. 


Como num tango, olhos devoram olhos e o toque absorve o fôlego apaixonado da carícia. 








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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Espiral



As estrelas brilham
No firmamento
Num suave ondular
Que tira o fôlego
Ao incauto que
Nelas fixa o olhar.

O desejo de as tocar
Surge numa espiral
Árdua de suster
Embora os sonhos
Em ascese pairem
No oceano do entender.

Longínqua jaz a
Esperança que o
Acaso aprisionou
Mas a incerteza
Sustém o embalar
Que o destino alcançou...

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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Sonhos perdidos




O sono tarda em chegar
E a mente deambula
Por vales perdidos,
Dos quais resgatei
Sonhos estrelados
Que acalento na fogueira
Que me arde no peito...

Vogam as lembranças
Em escunas sem porto de destino,
Lutam contra a maré
Que as arrasta lentamente
Para a intempérie do limbo,
Onde tudo se esconde e
Nada volta à vida,
Nada se concretiza e
Tudo estagna na razão
Assertiva do comodismo...

Amorfa, a luz debate-se
Para atravessar a cortina
Que nos separa do azul celeste,
Da esperança que renasce
A cada madrugada
Nas cinzas da terra
Que alimentam a génese...

O Vidro que nos separa
Quebra-se em mil pedaços,
Lançando-nos no vórtice.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Abraço gélido



O frio percorre os recantos esquecidos em busca de companhia, mas o espectro que surge no teu lugar não demonstra ter consciência da solidão que se propaga lentamente nas sombras do Inverno perene que me consome.

Os trinados melódicos das aves emudeceram sob o manto nevado do crepúsculo, as flores jazem desprovidas de cor e de alma em compartimentos poeirentos de abandono, as árvores despidas vislumbram-se nas áleas brancas a perder de vista, enquanto o tempo escoa lentamente através das nuvens que salpicam o firmamento outrora estrelado.


Tique-taque   Tique-taque   Tique-taque


O abraço gelado da tua ausência, envolve-me.


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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Pedras


Pedras ocas
As que o meu suspiro alcança
No desalento da planície
Que percorro;
Não me devolvem
A audácia consumida
Nas chamas, nem alimentam
A tempestade que
Ilumina o plúmbeo céu....
Pedras que escondem
Mil sorrisos dissimulados
Na chuva que fustiga
O olhar travesso
Dos lobos que
Correm noite fora,
pelos trilhos da lua
Suspensa no meu peito...
Pedras que esperam,
Por mim...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Blood Tears

Beijaste distraidamente as tépidas
Lágrimas que jazem agora inertes.
O sangue que fazes reviver,
Ofereço-to nas palavras
Desalmadas que se atropelam,
Tingindo de rubro a tua vida...
Emanas doces sonhos tecendo
A cortina de seda que me envolve,
Respirando cada chama, na alma que
Sobrevive suspensa do teu olhar...


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Farrapos de Tempo



Dispensas-me
Farrapos do teu tempo,
Alheio ao espinho
Que se crava lenta e
Profundamente na carne...
Ignoras o fio quente e rubro
Que escorre da ferida
Na qual se desilude a esperança...
Tento abraçar a névoa
Que por mim passa
E se dissipa,
Se desfaz em nada.
Será que oiço
O eco dos meus suspiros
Ou será a tua voz
Há muito perdida?
Nada oiço.
Nada vejo.
Somente o vazio
Do meu lado do espelho,
De onde contemplo
O teu universo de 
Guerreiros incorpóreos,
Que me roubaram
O nosso tempo.