terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Alma que sabe a mar



De olhos postos no firmamento
O sol brilhando por dentro
Inspiro os sons da alvorada
Suspensa no tudo que é nada.

Devaneio preenchendo o vazio
Com a ternura que desfio
Conta a conta, escondendo
o abraço do infinito tormento.

Sorris, com a lua no olhar,
Com alma que sabe a mar
E toque de quem se perdeu
No prazer que foi meu.

Acordo, liberta do prender
Na maresia do amanhecer
De mãos dadas ao destino
Que de ti fez meu peregrino.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Fantasmas



Encontro na névoa adormecida
Os sonhos dispersos
Que me aconchegam a alma
E acariciam as lágrimas
Que caiem sem permissão...

A dor lacinante que se alojou no peito
Esconde-se no recôndito do meu ser
Ao raiar ténue da aurora,
Aguardando o manto protector da noite
Para emergir das trevas,
Uma, outra e outra vez...

A dúvida comanda o ser e o porvir
Enquanto fantasmas efémeros
Iludem a razão, ganhando vida
Nas sombras onde habitam.

Outrora era o sonho,
A génese do nada, a esperança
Que a noite estrelada
Subjugaria o negrume do breu ...

Esta noite sou tudo o que resta,
Perdida em busca do prazer
Mesquinho e perverso de quem
Ousa acreditar no amanhã.