segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Sonhos perdidos
O sono tarda em chegar
E a mente deambula
Por vales perdidos,
Dos quais resgatei
Sonhos estrelados
Que acalento na fogueira
Que me arde no peito...
Vogam as lembranças
Em escunas sem porto de destino,
Lutam contra a maré
Que as arrasta lentamente
Para a intempérie do limbo,
Onde tudo se esconde e
Nada volta à vida,
Nada se concretiza e
Tudo estagna na razão
Assertiva do comodismo...
Amorfa, a luz debate-se
Para atravessar a cortina
Que nos separa do azul celeste,
Da esperança que renasce
A cada madrugada
Nas cinzas da terra
Que alimentam a génese...
O Vidro que nos separa
Quebra-se em mil pedaços,
Lançando-nos no vórtice.
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2 comentários:
Muito obrigada, e igualmente! Fiquei maravilhada.
Beijinho :)
Esta foto me fez lembrar o poema de Afonso Guimarães
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
banhou-se toda em luar...
queria subir ao céu,
queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre põe-se a cantar...
estava peto do céu,
estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
as asas para voar...
querei a lua do céu,
querei a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
seu corpo desceu ao mar...
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