sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Somos, um no outro...
No início éramos nós...
A lua resplandecente brilhava no firmamento.
Júpiter e Vénus abraçam-se,
eis-nos intrínseca e eternamente pares,
envoltos em redemoinhos
de emoções e buscas
num amor ímpar, de trevas e luz.
És o meu fogo,
e a aragem que suaviza a dor,
és a essência que vibra em mim,
nas tuas palavras,
no meu olhar,
nas tuas mãos,
no meu coração.
Fecho os meus olhos,
Entrelaço-me no teu sorriso terno,
que me percorre como ondas do mar
que me revigoram a alma,
num incessante redescobrir
de pequenos mistérios esquecidos,
oriundos de outras eras.
Alua brilha em nós.
Seremos sempre nós.
Somos, um no outro.
14.02.2017
sábado, 24 de outubro de 2015
Flor de Lótus
"Om Mani Padme Hum"
"Da lama, nasce a flor de Lótus..."
Transcendemos o mundo, uma e outra vez, de mãos dadas após cada tumulto, cada sombra, emergindo da lama num presente eterno.
_/|\_
Transcendemos o mundo, uma e outra vez, de mãos dadas após cada tumulto, cada sombra, emergindo da lama num presente eterno.
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quarta-feira, 5 de março de 2014
Para quê palavras
“Amar-te é transcender-me de mim”
Cristina Martins
O suspiro liberta-se, nos arrepios que me estremecem corpo e
alma, num suave despertar para uma realidade outrora longínqua: um recordar de sentimentos
plenos e sonhos felizes ao teu lado.
O sorriso, tímido, desenha-se no rosto ruborizado, nascendo
docemente do abraço intemporal, com o qual me enlevas. Abraço intenso,
invisível aos olhos, mas verdadeiro no sentir, que, despudorado, se revela no
desejo imanente.
De olhos cerrados, suspensa no teu respirar, delicio-me
neste agora eterno em que dançamos a vida, saboreando, celebrando o sublime que
nos une. O aroma da tua pele invade-me os sentidos, a essência, o ser, inebria-me
a vontade, oblitera o presente.
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terça-feira, 12 de novembro de 2013
Momentos
O sol, distante, brilha no firmamento, mas não me aquece.
O azul gélido do céu arrefece-me a alma. Mesmo sem nuvens ou
sinais de tempestade, sem oscilações ou mudanças, não obstante, assemelha-se a
um deserto à espera de vida.
É um oceano imenso, o vazio que sinto no peito, e sei que só
os teus braços, o teu corpo e os teus lábios o podem preencher. A falta do teu
calor perturba-me.
Jaz um silêncio gigantesco em mim, sou todas as palavras que
ficaram por dizer, todos os sorrisos apagados, todas as ausências distraídas,
todos os suspiros que deambulam perdidos na aridez do degelo.
Na ampulheta que contemplo, os grão de areia deslizam em
câmara lenta, e apercebo-me que não sou mais do que o reflexo das aspirações,
dos desejos, uma miragem que criei dentro de mim, que se vai esfumando
lentamente, como que um derreter arrastado que vai consumindo o viver.
Encontro-me alheia ao presente, sinto-me aqui, mas
represento somente uma sósia transparente da essência que se precipitou em fuga
apressada rumo a um esconderijo para além de qualquer fronteira, cujo maior
receio é ser estilhaçada novamente em mil pedaços….
A realidade, essa, fica muito aquém da fantasia colorida que
vive do outro lado do espelho. Na verdade, as cores debotaram há muito neste
mundo efémero e fútil. Nada mudou, excepto a minha visão. A teia de ilusão, que
inadvertidamente criei, desfez-se em ínfimas partículas que voaram ao sabor da
aragem. As conchas vazias proliferam em redor, continuamente, numa estranha
dança sem propósito.
Por vezes, não devíamos desejar ser mais do que momentos.
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segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Chamas
Os relógios pararam, uma, outra e outra vez, por segundos, minutos, horas, dias.... O tempo desapareceu, deixando de fazer sentido, eclipsou-se no agora, diluiu-se num estado alterado de consciência. Transformou-se em pensamento alienado, em modo de pausa.
Como se tivesse sido transportada para uma película antiga, deixei de ouvir, deixei de ver. Fico muda no meu despertar de fogo. Ardo. A minha redoma interior expandiu-se na realidade do momento, presenteia a liberdade numa anátema sagrada.
O burburinho distante silenciou-se, os holofotes deixaram o palco na escuridão e a noite apropriou-se de mim. Sou apenas sentir, mas um sentir completamente vivo, pleno, vibrante. Sou êxtase em partilha, de mãos dadas, em comunhão ardente. Somos.
A ilusão quebra o sonho, clama-me de volta ao mundo colorido e apático... Os relógio voltam a bater em sintonia, ordeiramente, e os dias sucedem-se, uma, outra e outra vez..... Numa azáfama rotineira que acorrenta a vontade ao destino num horizonte planeado. Com limites, com amarras, com planos.
Até eu irromper em chamas, novamente, no meu próximo sonho.
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sábado, 19 de outubro de 2013
terça-feira, 11 de junho de 2013
Brisa
Inspiro profundamente, sentindo a maresia
Aconchegar-me os sonhos…
De olhos cerrados, perco-me nas ondas
Que, incessantes, acariciam o areal
Em mil beijos ternos.
As gotículas salgadas entranham-se,
Libertam-se da servidão do tempo,
Apaziguam o fogo que teima em querer
Irromper do peito, incendiando
Tudo em redor.
Respiro-te, em cada centímetro
De pele que a brisa busca desnudar
Na sua eterna dança ardente,
Lançando-me num mar revolto de
Saudosas lembranças…
“Anda cá” – sussurras-me,
E abraço-te como se não houvesse amanhã.
sexta-feira, 31 de maio de 2013
.....
Para me sentir completa, não necessito de ser todo o teu mundo. Sou feliz apenas por me sentir parte dele.
sexta-feira, 10 de maio de 2013
Intermitências
Sigo com o olhar os passos irresolutos
Que se perdem no areal agora já frio
Passos pálidos sob a luz da Lua distante
Que me enlaça do seu trono celeste
Vontade de seguir aqueles passos
E de olhos toldados ser a doce cativa
Das intermitências da noite escura
Oscilando entre a luz e a escuridão
Que acolhe os sonhos ocultos
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Silêncio
O desejo de estar longe
Contemplando o oceano,
De permitir que a sua
Onda após onda,
Que se aposse de mim
Sem hiatos,
De inspirar a maresia
Numa paz inquieta
Que divaga entre marés
E silêncio...
Volto a mim desta ausência,
A um momento sem tempo,
Sem expetativas, sem termos,
Sem roteiros, sem perdas.
Volto à luz que se reflete
Profusamente no abraço
Que me acalenta na solidão.
Volto do sonho ao desejo,
Num círculo eterno.
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