quarta-feira, 5 de março de 2014

Para quê palavras



“Amar-te é transcender-me de mim”
Cristina Martins




O suspiro liberta-se, nos arrepios que me estremecem corpo e alma, num suave despertar para uma realidade outrora longínqua: um recordar de sentimentos plenos e sonhos felizes ao teu lado.

O sorriso, tímido, desenha-se no rosto ruborizado, nascendo docemente do abraço intemporal, com o qual me enlevas. Abraço intenso, invisível aos olhos, mas verdadeiro no sentir, que, despudorado, se revela no desejo imanente.

De olhos cerrados, suspensa no teu respirar, delicio-me neste agora eterno em que dançamos a vida, saboreando, celebrando o sublime que nos une. O aroma da tua pele invade-me os sentidos, a essência, o ser, inebria-me a vontade, oblitera o presente.

Para quê palavras, quando, em silêncio, o amor pulsa em nós?


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1 comentário:

Anónimo disse...

Saudade do seus poemas...