sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Estrada

Os corvos voam em círculo no céu
Pressentem a tempestade crua e morna
Dispo-me com excepção do véu
Que cobre a minha voluptuosa forma

Brotam lágrimas dos rios que correm
Em busca da liberdade que se afasta
As gaivotas fingem que morrem
Em honra da alma pura e casta

Cavaleiros errantes da alvorada
No frémito da batalha pelejam
Reluz cintilante a heróica espada
Cujo fio sangrento de morte beijam

Caminhamos vogando em luta constante
Com antigos fantasmas esquecidos
Percorremos a estrada da vida necromante
A fim de realizar os sonhos perdidos

15 comentários:

bat_thrash disse...

Fiz uma viagem a Idade média com esse poema. Estás a escrever cada vez melhor.

Bat Kiss.

Blood Tears disse...

Oi Bat, por acaso foram exactamente as Cruzadas que me deram a imagem.... E a nossa própria batalha interior, no dia a dia... Obrigada pelo elogio, lol, mas ao ler tantas obras de arte, felizmente tenho aumentado um pouco mais o léxico... ;)

Blood Kisses

bat_thrash disse...

Te adicionei no HI5.

Ana Beatriz Frusca disse...

A prática leva a perfeição, e o que é a nossa vida senão uma eterna cruzada?
É dificil bancar a heroína e vencer o capiroto só com orações. Armemo-nos então de palavras, estas são a munição que precisamos, pois são o reflexo do que vem de nossa alma, são o feedback para vencer as batalhas que se impõem.

Beijos gordos do além-mar.*

Desnuda disse...

Querida,

estamos sempre lutando contra os nossos fantasmas. Eles existem em grande número, agregados em nossos sentimentos.

Grande beijo e lindo final de semana

MagnetikMoon disse...

Arcaica ânsia,luz de seres esquecidos.

Magnetikiss

DarkViolet disse...

No profundo duma brisa existe a viagem que sobe dentro da saudade. Recordar o futuro, o caminho

Marcia Barbieri disse...

Adorei, o início com os corvos em círculos é simplesmente fascinante

beijos

meus instantes e momentos disse...

muito bom te ler, gosto de voltar aqui.
Tenha um belo domingo.
Maurizio

Kerhex disse...

Na terceira estrofe fizeste um jogo de palavras tão bom que fazes com que algo violento e sangrento como as Cruzadas me faça pensar em caricias e beijos.
Os sonhos nunca se perdem, Blood Tears, quando raramente os temos.
Já agora, Aimee Man foi uma óptima escolha.
Há algum tempo que não passava por aqui.^^
Beijinhos.*

Blood Tears disse...

biazinha, sim armemo-nos de palavras e vamos à luta pelos nossos objectivos... :)

desnuda, os nossos fantasmas são coisas aborrecidas que não se vão embora enquanto não os enfrentamos....

magnetikmoon, seres esquecidos que retornam para se fazer lembrar...

darkviolet, recordemos então o futuro que se avizinha...

marcia, os corvos em rodopio assinalam sempre as grandes tempestades... Sejam estas visíveis ou internas...

Maurizio, obrigada pela visita, volte sempre...

kerhex, o sangue que corre e jorra é algo que esquecemos que nos mantém vivos.... :)

Blood Kisses

R. disse...

'que viagem é esta,que te dirige em todos os sentidos,andas em busca dos sonhos perdidos...'

Do grande António Variações :)

Um beijo*

Luna disse...

Quantas vezes para não sofrermos, inconscientemente
Limpamos da memoria algo que vivemos, mas como dizes somos psicólogos de nós próprios, ninguém melhor do que nós se quisermos para fazermos um trabalho interior de autoconhecimento
bj

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

"Cavaleiros errantes da alvorada
No frémito da batalha pelejam
Reluz cintilante a heróica espada
Cujo fio sangrento de morte beijam"

Heróis esses, os do passado que nos abandonou...

Uma temática lindíssima ^^
Beijinhos!

Blood Tears disse...

vertigo, tão doce é a demanda de sonhos perdidos... A busca tem sempre um objectivo... :)

multiolhares, o autoconhecimento é essencial ao equilíbrio... :)

leto, a era medieval sempre me fascinou... Adoro recuar no tempo... :)


Blood Kisses